quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Interrogação


Ando num tumultuado questionamento sobre tudo e todos.
Não sei quem realmente são essas pessoas que me cercam, não sei nem mesmo quem sou hoje.

Sempre fui dessas pessoas que observa atentamente os movimentos da vida, seja do tempo, seja de gente, sempre observo as ações.

Ando com interrogações em minha cabeça e no meu peito... Temo não tirá-las de mim um dia, de não transformá-las em ponto final pra reescrever outro parágrafo.

Essas dúvidas me atrapalham, pois enquanto não obtiverem respostas, não poderei seguir pra outros questionamentos, porque a vida é isso, um eterno questionamento...
A gente questiona o tempo, porquê do sol ou chuva, do frio ou do calor... A gente questiona as pessoas, porquê fizeram aquilo e deixaram de fazer isso... A gente questiona a gente, do porquê da insegurança, do medo, da teimosia, do desleixo, da construção de tantas fantasias...
As questões nos impulsionam a ir adiante pra saber mais do que há por trás da vida.

A grande interrogação do momento, é: Por quê pra ser feliz, nem sempre é fácil?
As vezes percebo que a felicidade alheia, agride outras pessoas. Ao invés de ser compartilhada, as vezes é visto como ofensa, insulto, loucura...
Sou feliz por zilhões de outras coisas presentes em minha vida, mas a gente sempre pode encontrar mais uma gota de felicidade... E eu encontrei, de certa forma. Mas, sinto que essa gota escorrerá por entre meus dedos ou secará antes que eu a alcance.

Tento seguir cada dia de uma vez, mas sempre essa gota deixa um pingo cair sobre minha cabeça... Impossível esquecer essa interrogação.

Mas, acho que se tratando desse assunto, sempre haverá uma interrogação enquanto não houver a troca verdadeira do que há por dentro de nós.
Talvez o que falte pra fechar essa questão, seja a transparência...
É! É isso... A transparência total de nós, findará nossas interrogações infindas...

domingo, 10 de novembro de 2013

Te amando, cheguei ao céu!

(No céu de Porto Alegre - RS, 04/11/13)

 Superei meu maior medo na vida: viajar de avião.
Morro de medo, mas foi o modo que achei pra estar perto de quem amo.
Acho que a vida é um pouco isso... A gente vence nossos medos pra poder ser feliz. E fui! E estou sendo...
 Não foi fácil a ida... Nossa, quase morri. Um pavor tão grande, um medo, desespero... Uma mistura de horror e amor. Só por amor eu estava ali...
 Paguei mico, segurei a mão da moça ao meu lado, quase chorei... Mas, sobrevivi! rs
Minhas pernas se encontravam anestesiadas ao pouso... Mas, logo reviveram. Reviveram pois queriam correr o mais rápido possível pra encontrar o meu bem querer...
(Na volta, me encontrei encorajada, tão encorajada que ''abri'' a janela e registrei esse lindo céu de primavera.)

 Uma dica que deixo é: se quer muito, mas muito mesmo uma coisa... Se essa coisa te fará feliz, nem que por poucos dias ou horas, busque, vá atrás... Vença os seus medos e seja feliz! :)

domingo, 13 de outubro de 2013

Reiniciar

  Na vida, a gente vive num eterno recomeço, não é? Tudo, todo mundo, a todo instante, recomeça.
  Eu mesma recomeço sempre que o dia renasce... Sempre que abro os olhos de manhã e vejo o clarão lá fora da janela, sinto que tudo está diferente, tudo mudou de lugar.
  Muitos tem medo do reinício por não saber o que ele trará... Muitos perdem grandes possibilidades na vida por não abrir a porta para o novo. Muitos preferem a segurança do antigo ao invés de arriscar pelo o novo... Perdem tanto com isso. Até se o novo não der certo, ele te deixará alguma lição... E isso é bom!
 
  Muitos acham louco quem sempre recomeça... Acham que eles são instáveis, não fixam, não firmam, não se comprometem... Lhe digo que é o contrário. Quem recomeça sempre que sente vontade, é o que mais se compromete, pois faz um pacto consigo mesmo.

  Vejo gente que tem tudo pra ser feliz, basta apenas deixar o velho pra trás, como uma lembrança, uma página de um livro que foi virada pra que outra, seja lida.
  Vejo gente com sede de viver o novo, mas por algum motivo, se limita, se afasta, se cala...

  Ando aprendendo da forma mais confusa da minha vida... Todo dia tenho que recomeçar pra não sufocar. Palavras não são ditas, mas ações são feitas... Moderadamente, pensadamente, pausadamente, mas feitas!
  Tenho meus medos, claro... Um fato significativo me rodeia a todo instante, me fazendo as vezes calar, duvidar, questionar, responder, pensar, repensar...

  A vida meu bem, é tão grande... Ela é maior do que supomos saber, do que desconfiamos que seja. A vida é a maior amostra do que é recomeço...
  A vida recomeça para aquele que se encontra enfermo e tem que lutar pra sobreviver...
  A vida recomeça para aquele que abriu falência e necessita se reinventar...
  A vida recomeça pra quem nasce e termina pra quem morre... Mas, quem morre, recomeça em outro estado, em outro porto...
  A vida recomeça no ventre da mulher. A mulher recomeça sendo mãe.
  A vida recomeça pra quem se arrepende e pra cada perdão pedido, o coração se reforma e reinicia com outra batida... O som é mais limpo, mais lindo!

  Não tenha medo de reiniciar... Aperte o ''pause'', respire, inspire, beba uma água ou um whisky e aperte o ''avançar''... Siga sempre com a certeza de que nem todo porto é teu porto, que nem sempre nele, estará seguro... Lembre-se que a vida é uma só e é essa que está a sua frente. Busque, arrisque, palpite, tente, porque um dia ela acaba e você não poderá mais reiniciar. :)

domingo, 6 de outubro de 2013

Senhores Passageiros...



  Com pouco menos de 1 mês, estou prestes a tomar um passo na minha vida, a lançar voo.
  Ansiosa... É assim que me encontro, no momento.
  Uma junção de coisas minhas tomarão um rumo. Uma das caixinhas de dúvidas e perguntas, será aberta, e assim, respondida.
  Uma mistura de medo com felicidade... De querer avançar e depois recuar.
  A cada dia que se vai, é um pouco do meu eu que vem... E vem com tudo! Vem com tanta força que me assusta... Mas, é um susto bom! Um susto que impulsiona, que remexe tudo por dentro.
  Será que estou pronta pra encarar o que sempre esperei encontrar, conhecer? Sei lá... As vezes sim, as vezes não, as vezes talvez... O que importa de fato, é que um ponto, essa história terá... Pode ser ponto final ou ponto que segue, um ponto feliz. =D

domingo, 1 de setembro de 2013

Por mim...

   A vida tá passando tão depressa e eu tô perdida na pressa dela.
    Ando pensativa, as vezes me calo, as vezes falo além do necessário, tudo na tentativa de me entender, me decifrar, me encontrar...
    Desejos antigos voltam a me assombrar... Desejos novos me tomam por todos os lados, entre todas as brechas... Me devoram!

    Ando com uma enorme vontade de vida... Quero sentir, quero tocar, quero viver a vida.

    Me deparo amarrada aos pés da razão, aos pés do que já é de meu conhecimento... Mas, meu desejo do desconhecido a cada segundo, se firma... A cada dia, me engole.

    Muitos me acham ''a sorte que a tua mãe teve'', só por eu não reagir e agir como ela e todos os outros acreditam ser o melhor pra mim... Mas, será que é o melhor?
    Respondo que... Não, não é o melhor, não é do meu agrado, nem tudo tem sido exatamente como idealizo.

    Minha cabeça anda numa enorme confusão... Minha garganta anda seca, devido a tantas palavras amontoadas, a tantos desabafos abafados pelo silêncio.

   Ando com vontade de fazer as malas e me jogar numa estrada qualquer, sem sentido, sem datas, apenas eu e meu interior...
   Quero o cheiro do mato, correr pela relva logo de manhãzinha, um banho de cachoeira, um mergulho no mar, uma flor no cabelo, um cheiro de um tempero...
   Quero me unir aos estados do meu país... Quero ver as tantas diferenças que há por aqui.
   Quero olhar nos olhos, quero beijos, quero amassos, carinhos e carícias...
   Quero um amor correspondido, sem meio termos, nem meias palavras... Ou é amor, ou não é. Ou sente, ou não... Não gosto de nada pela metade.

   Quero desafogar o meu interior, quero jogá-lo ao mundo e descobrir de fato, em qual canto do mundo eu pertenço.

Na primeira vez, me encontrei.


Após minha primeira transa, o corpo ainda agitado por dentro, soando por fora e o coração acelerado, me calei... Só ouvia minha respiração, meio confusa.
O meu amor, ao lado, também permaneceu em silêncio... Respeitou meu momento. Compartilhou da minha descoberta.
Permanecemos ali, corpos lado a lado, mãos dadas e o silêncio... Até que um certo momento, meu amor já inquieta e confusa com minha falta de reação e olhos fixados no teto, me pergunta:
- O que há? Não gostou? Se arrependeu?... Diga!

Meus olhos começaram a marejar, a garganta a embargar, e lentamente, fechei meus olhos e disse:
- Foi perfeito. Foi melhor do que imaginava...
- E por quê chora? Por quê desse silêncio tão barulhento e dessas lágrimas?
- Me encontrei...
- Como? Se encontrou? Não compreendo.
- Me encontrei, depois de tanto me perder de quem eu sou.
- Ainda não entendo.
- Por toda minha vida quis fugir de mim... Não me aceitava, não aceitava minha identidade...
Mas, com você, me senti a vontade pra mostrar de verdade minha face, a face que tranquei por dentro de mim. Sempre reneguei essa parte de mim. Sempre soube que isso era parte importante de mim, mas sempre reneguei.
Não é fácil carregar isso, quando se sabe que ao expor, nem todo mundo permanecerá com você... Mas, você me fez ultrapassar o medo.
Olha onde vim parar... Cruzei mares, fronteiras, estradas só pra está aqui, agora, com você. Tem noção da sua importância a partir de agora na minha vida?
 Por mais que um dia deixemos de nos acompanhar, de seguirmos juntas, sempre lembrarei de ti, sempre lhe serei grata por me permitir e me ajudar a ser quem sou.
- Mas, não há problema no seu ''ser quem sou''... Você é perfeita assim, você continua especial assim.
Não deveria ter esperado por tanto tempo pra se encontrar. Na verdade, você sempre soube onde esteve, mas preferiu guardar essa parte tão importante de você, a parte que lhe define.
Mesmo que nos percamos na caminhada, serei sempre grata por ter te feito se encontrar. Espero que nunca mais se perca.
- Prometo não mais me perder, mesmo que eu encontre dedos julgadores, que me apontarão como doente. Irão querer me dá ''a cura'', a tal da cura... Mas, se pra ser eu mesma, se pra ser feliz e de uma certa forma, livre... Prefiro continuar doente. Que a cura nunca se aproxime de mim.
Obrigada, minha amada... :)
- É uma honra, amada minha! :)

Texto da Música ''Vênus'', por Paulinho Moska



''Perceba que o que nos configura
É sempre essa beleza
Que jorra do nosso jeito de olhar
Nosso jeito de dar amor
Nos dar amor
Não falo do amor romântico,
Aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.
Relações de dependência e submissão, paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com amor.
Chamam de amor esse querer escravo,
E pensam que o amor é alguma coisa
Que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.
Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro,
Antes de ser experimentado.
Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta.
A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado.
O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita.
O amor é um móbile.
Como fotografá-lo?
Como percebê-lo?
Como se deixar sê-lo?
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor nos domine?
Minha resposta? o amor é o desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores,
O amor será sempre o desconhecido,
A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação.
O amor quer ser interferido, quer ser violado,
Quer ser transformado a cada instante.
A vida do amor depende dessa interferência.
A morte do amor é quando, diante do seu labirinto,
Decidimos caminhar pela estrada reta.
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos,
E nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não, não podemos subestimar o amor não podemos castrá-lo.
O amor não é orgânico.
Não é meu coração que sente o amor.
É a minha alma que o saboreia.
Não é no meu sangue que ele ferve.
O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha
E nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu
Como se fossem novas estrelas recém-nascidas.
O amor brilha. como uma aurora colorida e misteriosa,
Como um crepúsculo inundado de beleza e despedida,
O amor grita seu silêncio e nos dá sua música.
Nós dançamos sua felicidade em delírio
Porque somos o alimento preferido do amor,
Se estivermos também a devorá-lo.
O amor, eu não conheço.
E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo,
Me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o amor a navega.
Morrer de amor é a substância de que a vida é feita.
Ou melhor, só se vive no amor.
E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.''