quarta-feira, 11 de abril de 2012

Talento! Será?


Numa conversa com uma amiga, falei que tinha tentado me inscrever nesse lance de BBB, mas que na hora não consegui, não rolou. Que se fosse pra minha estrela aparecer, que fosse fora disso. Mas, falei na palhaçada.

Aí ela disse que eu estava certa de não ter dado continuidade, que tinha que deixar aquilo lá pra quem só quer aparecer sem talento nenhum, coisa que segundo ela, eu tenho... Mas, será que tenho?

Até uns 3 anos atrás, eu também acreditava que tinha.Cheguei a entrar no ''Teatro O Tablado'', meu maior sonho depois de tv e cinema. Esse curso é super conhecido no meio dos atores, diretores, pessoas envolvidas com artes cênicas. Também, é um lugar onde pessoas das emissoras de televisão vem procurar novos talentos. Mas, por falta de grana e de incentivo da minha mãe (quem eu queria que apoiasse esse sonho), desisti. Larguei de mão. Caí fora.
Desde então, a cada dia, venho me convencendo de que não tenho talento algum, nem tão pouco sou atriz, não tenho uma gota de alma de artista. E isso é triste.

É triste porque desde criança, quando me pegava ou era pega pela minha mãe na frente do espelho, usando baton vermelho, com uma blusa dela, um sapato dela e um lenço na cabeça como se fosse cabelo, me sentia atriz. Acreditava estar dentro de um filme da Sessão da Tarde ou numa novela.
Já fui filha de tantos atores, já fui neta de grandes nomes, já fui mocinha e vilã, fui criança, adolescente e adulta... Já fui a menina pobrezinha da favela ou a patricinha da zona sul.. Já fui loira, morena, ruiva. Cantora e pianista... Todas essas personagens eram criadas rapidamente, sem demora. Eu era atriz, autora e diretora. Me maquiava, me vestia, fazia cara para as fotos de mentirinha... Trouxe esses sonhos até meus 18 anos. Mas, com o tempo, fui deixando eles irem embora. Só que me dá saudade. Queria trazê-los de volta.


Tem gente que me conheceu dentro desses 3 anos pós Tablado, que me chama de atriz e de artista sem eu contar que já fiz teatro. Acho que alguma raspinha ficou em mim. Acho que minha cresça em ser atriz, ficou jogada na cochia, mas agora ela tomou pó de pirim pimpim e criou vida própria, vindo me visitar as vezes.

Também por gostar de música, de conhecer cantores como Elis Regina, Nara Leão, Clara Nunes, João Bosco, Tom Zé, Noel Rosa, cantores que a nova geração infelizmente não conhecem, ou só ouviram algum dia alguém falar... Ou até mesmo os da nova geração, só que fora do funk e do pagode (tipo de música que a galera da minha idade curte... E, eu não!), me chamam de maluca, velha, antiga, careta, artista... Tudo pra eles me traduzem como artista.


Sei lá, as vezes tento me convencer de novo que sou artista sim, que tenho o dom... Mas, só lembro das tentativas e frustações... Logo volta a realidade e me torno novamente apenas a operadora de caixa, num comércio na zona oeste do Rio, que ganha um pouquinho mais que 1 salário mínimo.

Bom, quem sabe numa esquina dessas, encontro alguém que veja essa tal artista de talento e me faça vê-la novamente? Seria bom.
Ando pretendendo voltar a fazer teatro pra ver se a chama da atriz ressurge dentro de mim.

É... Acho que é isso aí.

Um beijo!

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