quarta-feira, 10 de abril de 2013

As vezes, a história se repete...

A vida de fato, é um ciclo... Nem tudo que foi, será como agora... Mas, acontece de se repetir em outra matéria, numa nova cultura, na mais louca quimera.



Agora de noite, num diálogo com a minha mãe, lhe falei o quão difícil está para arrumar um trabalho legal, aqui no Rio de Janeiro... Claro, existe alguns mas, que não combinam comigo, que sei que eu não seria boa o suficiente... Então, nem tento.

E nisso, lhe falei do desejo de procurar vagas fora do estado... E ela, logo retrucou: ''você parece que é maluca. Se eu falar pras pessoas que você me fala essas bobagens, elas te chamariam de louca...''

Louca? Por quê louca? É loucura querer buscar meu lugar ao sol? É loucura tentar uma vida melhor, digna dentro do meu próprio país?

Não, não vejo como loucura... Vejo como atitude. Atitude de se arriscar a tentar, de se arriscar a buscar...

Ela diz que é loucura minha, mas ela foi louca primeiro, quando saiu do interior do Ceará, sem conhecer nada da cidade grande, e veio embora para o Rio de Janeiro, junto com alguns de seus irmãos. Veio sem saber nada da vida, e com a mesma idade que tenho hoje...
Por isso que digo: ''as vezes, a história se repete''...

Percebo que ela tem medo que eu siga seu caminho e viva longe dela.... Minha mãe, é do tipo dependente dos filhos... Meu irmão, ela prendeu até o dia que conheceu uma mulher, levou pra morar com a gente e teve sua filha mais velha... Depois disso, ela percebeu que o controle sobre ele, havia sido desfeito... ''Meu filho... Jaz um homem!''
Hoje, ela tem a mim, e por eu ser mulher e ser muito mais dependente dela, ela sabe como me mover... Faço suas vontades, vivo sua vida, obedeço suas ordens e ai se retrucar... Entendo ela... Assim como todas as mães, ela teve seus filhos não pensando em deixá-los descobrir o mundo, mas seriam o mundo dela...
Hoje, ando tentando me impor, me expressar, me apresentar a ela... Tem tanto sobre mim, sobre meu íntimo, que ela desconhece... Mas, vai conhecer. Questão de tempo, questão de vivência...

Só peço que ao me conhecer, não se espante, não me confunda, que ainda veja a filha que tanto lhe ama... A filha que com 11 anos, aprendeu o que é cuidar de alguém, pois ela precisou dos meus cuidados para comer, beber, se vestir, tomar banho, ajeitar as fronhas para que seus braços mobilizados de gessos, pudessem ficar o mais confortável possível... Sei que não fui uma boa acompanhante... Mal sabia cuidar de mim... Mas, tentei!
Espero que lembre que nos dias de choro, devido a depressão que lhe tomou por inteira, que eu estive lá, abraçada com ela, lhe acariciando os cabelos já desbotados pelo o tempo, lhe dizendo que tudo ia melhorar...
Espero que lembre quando não consegui lhe contar que minha vó havia falecido, mas assim que lhe contaram, corri pra lhe abraçar...

Espero que saiba mãe, que em qualquer lugar que eu esteja nesse mundo, que em qualquer jeito que eu viva, nos bons e nos maus momentos... Terei você como meu exemplo de vida.

As vezes, a história se repete, Mãe!

Nenhum comentário:

Postar um comentário